A volta às aulas presenciais tem causado grande preocupação aos educadores, gestores e à população em geral. É possível realizar esse retorno garantindo a segurança de todos os envolvidos nesse processo? Essa é uma questão ainda sem resposta. Entretanto, trouxemos aqui alguns exemplos sobre como esse processo vem sendo realizado em outros países para entendermos algumas medidas práticas importantes.
Essa é uma situação difícil para as famílias decidirem se os filhos devem retornar ou se os riscos ainda são muito altos. Ao mesmo tempo em que reforçam a necessidade da retomada presencial das aulas, as autoridades buscam evitar que as escolas e os estudantes se transformem em focos de propagação da doença. Contudo, entender que medidas estão funcionando ou não em outros países, pode nos ajudar a estabelecer protocolos cada vez mais seguros nas instituições de ensino.
Uso de máscara
Já presente na nossa rotina, usar máscaras no horário de aula é uma medida adotada por diversos países. Adotar a máscara na rotina é muito importante para conter a circulação do vírus, já que o contágio acontece por meio de partículas aéreas suspensas. Por isso, o uso do acessório evita que secreções contaminadas sejam expelidas para o ar durante a fala e, com isso, que pessoas não infectadas peguem a doença.
Na França, com o retorno de 12 milhões de alunos para as aulas, o uso foi exigido até nas imediações do lado de fora do colégio para professores e alunos de mais de 11 anos. Por lá, o retorno em algumas escolas era voluntário. Na Espanha, a exigência é apenas para crianças maiores de seis anos. Na Grécia o uso de máscara é obrigatório a partir de 11-12 anos.
A Itália, o último país da Europa a retomar as aulas, investiu na contratação de novos professores e compra de novos materiais para as escolas. No país, o uso da máscara é obrigatório em classes em que as mesas estejam a menos de um metro de distância entre si e a menos de dois do professor, em qualquer deslocamento da escola e no transporte escolar.
Grupos reduzidos de alunos
Evitar aglomerações e locais cheios e pouco arejados é uma das recomendações recorrentes dos institutos de saúde. O principal motivo é a contaminação por partículas suspensas no ar que podem levar ao contágio. Por isso, muitos países inseriram na lista de medidas de prevenção a adoção de grupos reduzidos de alunos nas escolas. Essa atitude ajuda a proteger os alunos e os professores.
Na Grécia, além de grupos menores, também estão previstos redução dos horários de aula para diminuir o tempo de exposição dos alunos. A Argentina, desde o início da pandemia adotou medidas rigorosas de isolamento. A província argentina de San Juan foi a primeira do país a retomar as aulas presenciais desde o início da quarentena, em março. Além do uso de máscara, as instituições formaram turmas de no máximo 15 alunos. Outro país da América Latina, o Paraguai resolveu adiar o início das aulas até dezembro.
No Uruguai, o retorno das aulas aconteceu ainda em junho quando o nível de propagação da doença já havia estabilizado. O país é considerado um exemplo no controle da doença e foi o primeiro país latino-americano a retomar suas aulas. Dentre as medidas de segurança adotadas na retomada estavam a redução da carga horária das aulas, o revezamento de turmas no intervalo e na entrada da aula.
Limpeza das escolas
A desinfecção de lugares frequentados por muitas pessoas é importante para remover qualquer partícula do vírus que possa ter ficado por ali. Na Rússia, as aulas foram retomadas seguindo recomendações da Defesa Sanitária e, dentre elas, estavam a medição de temperatura na entrada e a limpeza reforçada das instituições. Medidas sobre o uso de máscara e demais formas de prevenção foram deixadas a critério das escolas.
Controle de temperatura
Na volta as aulas em Pequim, na China, em algumas escolas os próprios professores mediam a temperatura dos alunos que chegavam no primeiro dia de aula. A aferição de temperatura é uma forma de detectar as pessoas contaminadas pela doença. Entretanto, alguns estudos já mostraram não ser tão eficaz pois aproximadamente apenas metade dos infectados pela doença chegam a ter febre.
Medidas de prevenção
As medidas de prevenção são uma forma importante de evitar a propagação do vírus. Evitar que as pessoas sejam infectadas é o primeiro passo para controlar o número de casos. É importante lembrar que nenhuma delas é completamente a prova de falhas, muitos países que abriram suas escolas já precisaram fechá-las novamente por causa do aumento do número de casos.
O isolamento ainda é uma das melhores formas de evitar a propagação do vírus. Entretanto, a possibilidade de que as aulas presenciais retornem exige um maior estudo sobre a prevenção da doença. A compreensão de quais outros métodos podem nos auxiliar nesse momento é fundamental.
O Ministério da Educação (MEC), em julho, divulgou seu protocolo de segurança de volta às aulas para o sistema federal de ensino. O documento define medidas coletivas e individuais de prevenção e critérios para a retomada de atividades presenciais. O Ministério da Saúde também divulgou um documento com orientações para uma retomada segura das aulas presenciais.
Alguns estados e municípios tem discutido a retomada das aulas presenciais. Pensando nisso, a SOMOS Educação preparou um plano de retomada para auxiliar as escolas nesse processo, caso seja decidido o retorno. Clique no link abaixo e acesse o material!